Café – o verdadeiro motor da civilização


A maioria pensa na máquina a vapor, na prensa de tipos ou na internet quando tem de apontar invenções que impulsionaram a civilização. Mas sejamos honestos: sem café, ainda estaríamos sentados em cavernas a pintar ocre nas paredes.

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Café como a revolução da vigília


No Iémen do século XV, monges sufis descobriram que grãos de café torrados cozidos em água os mantinham acordados durante as orações noturnas. O rumor espalhou-se rapidamente para Meca, Cairo e Istambul. De repente, as pessoas podiam pensar, discutir e trabalhar após o pôr do sol. Os cafés (qahveh khaneh) tornaram-se os primeiros espaços públicos onde homens – e mais tarde também mulheres em algumas cidades – se encontravam e trocavam ideias. Era puro combustível intelectual.

Quando o café chegou à Europa no século XVII, substituiu a cerveja matinal como a bebida principal. Só em Londres, abriram-se mais de 2.000 coffee houses em poucas décadas. O Lloyd’s de Londres começou como um coffee house. A negociação de ações começou num coffee house. Sociedades científicas reuniam-se em coffee houses. O Iluminismo francês foi pensado sobre chávenas fumegantes de café au lait no Café Procope em Paris, onde Voltaire supostamente bebia 40–50 chávenas por dia.

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A revolução industrial da cafeína


Operários fabris no século XIX na Inglaterra trabalhavam 14 a 16 horas por dia. Como? Café e chá substituíram a cerveja como bebida diária (sim, antes da industrialização as pessoas bebiam cerveja fraca ao pequeno-almoço – era mais seguro do que água). A cafeína permitia manter a concentração nas novas máquinas. Sem café, não havia fábricas têxteis. Sem fábricas têxteis, não havia acumulação de capital. Sem acumulação de capital, não havia ferrovias, nem navios a vapor, nem comércio global na escala que conhecemos.

Kaffe og Forskning Home Roast

Café e o cérebro moderno


Hoje bebemos 2,25 mil milhões de chávenas de café – todos os dias. Isso equivale a cerca de ¾ de chávena por adulto no planeta diariamente. Programação, finanças, ciência, profissões criativas: tudo funciona com café. Um estudo da Johns Hopkins mostrou que a cafeína melhora a memória a longo prazo. Outro da Harvard revelou que 3–5 chávenas diárias reduzem o risco de Parkinson, Alzheimer e certos tipos de cancro.

O Vale do Silício foi construído com cold brew e pour-over de origem única. Wall Street com espresso. Até a exploração espacial: astronautas na ISS bebem café de sacos especialmente desenhados – porque ninguém consegue calcular trajetórias corretamente sem cafeína.

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Torrefação caseira – de volta ao poder da fonte


Quando torra os seus próprios grãos em casa, está a fazer essencialmente o mesmo que os monges iemenitas faziam há 600 anos: tomar o controlo do combustível. Decide você próprio quão clara ou escura quer a torra, quão fresca está a gordura, quão intensa será o sabor.

Um grão torrado fresco, 4–14 dias após a torra, supera qualquer pacote do supermercado em vários aspetos. Obténs mais antioxidantes, uma acidez mais complexa, uma doçura mais profunda – e, honestamente: maior orgulho ao servir aos convidados “o meu próprio Etiopia Yirgacheffe, torrado ontem”.

A história não mente. Sempre que a humanidade deu um salto em frente – da iluminação à industrialização até à era da informação – o café esteve lá com energia fumegante, preta e agridoce.

Por isso, da próxima vez que estiveres diante do teu torrador de café, lembra-te: não és apenas um fã de café.

És um continuador de uma tradição de 600 anos de construtores de civilizações.

Agora é só aumentar o calor e torrar o próximo lote.

Saúde – com combustível preto e forte.